José-Martinho Montero Santalha (1)
Se incorpora hoy a nuestra web la prestigiada firma de nuestro compañero José-Martinho Montero Santalla. Evoca aquí, con impagable documentación gráfica, un hecho que los seminaristas recordarán, a buen seguro, con nostalgia. He aquí el relato.
Na primavera de 1960 passou por Mondonhedo a Volta Ciclista a Espanha.
Era a segunda etapa, a caminho da Corunha: Luarca – A Corunha. (A primeira fora um pequeno percurso de 8 quilómetros em Gijón).
Depois do jantar, todos os seminaristas dos 3 cursos do Seminário Menor, guiados por D. José María Fernández, fomos ver passar a caravana da volta, naqueles tempos, na verdade, muito menos numerosa e aparatosa que nestes dias de agora. Para o nosso palco de observação, D. José María escolheu como lugar adequado o monte do sítio onde depois se construiu o “Parador”, pela outra margem, mais elevada. A estrada por ali vai em costa, e de feito a subida até S. Vicente era um porto pontuável de terceira categoria; isso obrigava os ciclistas a rodar mais lentos, e dessa maneira era mais provável que nos désse tempo de observá-los com algo de calma.
Passou primeiro, em solitário, o corredor basco Felipe Alberdi, creio lembrar que com uns 7 minutos de vantagem. O apelido Alberdi quedaria depois na nossa lembrança como exemplo de ânimo esforçado e de luta de superação. Alberdi manteve-se em cabeça durante todo o percurso, por vezes no meio de uma violenta chuva, e chegou como primeiro à meta da Corunha. Quedou como líder da classificação geral; mas manteria este primeiro posto só um dia, pois já o perderia ao concluir a etapa seguinte, entre A Corunha e Vigo. Teve que pagar o extraordinário esforço que realizara em solitário, e tenho um vago recordo de que, quiçá já nessa mesma etapa do dia seguinte, chegou com muito atraso, e que acabou abandonando.
Depois de Alberdi vinha, todo junto em pelotão, o bloco do resto dos corredores. Apesar de irem em costa, passaram rápidos como uma exalação e pouco tempo nos deu de observá-los.
Para nós o mais conhecido de todos eles era Federico Martín Bahamontes, famoso já pelos seus êxitos –nomeadamente pelas suas escaladas– no Tour da França, que deram origem ao sobrenome «El águila de Toledo» que lhe atribuíram os jornalistas deportivos –sempre proclives a inventar sobrenomes para os deportistas conhecidos–. Alguém entre nós (Marcos Marino Parapar diz-me que crê lembrar que foi Veiga, do curso anterior ao nosso) gritou “Ánimo, Bahamontes!”, e dentre o pelotão Bahamontes levantou um braço para saudar-nos sorridente. Recordo que na sua mão se viu claramente que levava uma venda, como se tivesse tido algum tipo de lesão. Efectivamente, na imprensa desse dia informava-se que na etapa do dia precedente acontecera uma caída, na qual se viram envoltos 4 corredores, entre eles Bahamontes:
“La caída
Gijón, 29.- La caída que afectó a cuatro corredores de Faema no revistió aforunadamente ninguna gravedad. […] Bahamontes resultó afectado en la uña y dedo índice de su mano derecha.” (El Progreso, sábado 30 de abril de 1960, p. 4).
E na imprensa do dia seguinte, 1 de maio, informava-se que “los lesionados del equipo Faema se hallan muy mejorados” (El Progreso, domingo 1 de maio de 1960, p. 6).
(1) José-Martinho Montero Santalla (Cerdido, 1947) ingresó en el Seminario de Lorenzana los diez años. Terminó la carrera en la Gregoriana de Roma donde obtuvo el doctorado en Teología y de la que fue profesor. En Roma se licenció en Filosofía y, a su regreso a España, fue profesor de Teología en el Seminario de Santiago y obtuvo el doctorado en Filología en la Universidad de A Coruña. Es nombre destacado en la defensa del denominado “reintegracionismo” al que aportó obras de gran influencia como ls titulada “Reunificación ortográfica galego-portuguesa”. Su vasta formación y enjundiosa obra le sitúan entre los intelectuales gallegos de mayor prestigio de las últimas décadas.
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